quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Quais os atores do "#naovaitercopa" e suas verdadeiras intenções. Quem são esses grupos que estão nas ruas? O que eles querem? Como se vestem? Como se reproduzem? Não, você não vai ver isso no próximo Globo Repórter.

"(...) contrariando todas as verdades absolutas do #NãoVaiTerCopa, um estudo da FGV prevê que R$142 BILHÕES serão injetados na economia com a realização da competição, além de mais de 3 milhões de empregos e, consequentemente, um acréscimo de R$63,48 bilhões à renda da população. Essas pesquisas científicas não ajudam em nada o movimento, principalmente num ano de eleição. Qual seria o custo político do sucesso - inclusive financeiro - da organização da Copa? Provavelmente a consolidação da candidatura Dilma na ponta da corrida eleitoral. Uma tragédia a ser evitada pelos opositores, sejam eles de esquerda ou direita.

É por essas e outras que PSOL, PSTU, tucanos, black blocs, acadêmicos do guarani-kaiowá, entusiastas do golpe militar e Batman do Leblon, já decidiram o que é melhor para o país. Por isso, gritemos todos numa só voz #NãoVaiTerCopa*.

#AcordaBrazil #PartiuGuerraCivil

* o movimento #NãoVaiTerCopa é filho do movimento #AcordaBrazil e, caso a Copa se concretize, automaticamente será rebatizado como #NãoVaiTerEleição."
#NãoVaiTerCopa #NãoVaiTerFusca #PartiuGuerraCivil

Por Jornalismo Wando - 28/01/2014

A cena acima foi registrada no último sábado em São Paulo, em meio a uma onda de protestos motivados pela campanha #NãoVaiTerCopa

Um protesto cujas motivações não poderiam ser mais nobres: os excessivos gastos do governo com a Copa. Apesar de tudo estar definido desde 2007, o Brasil que despertou em junho sabe que agora pode mais. Pode tanto que já decidiu pelo povo. E o povo não quer a Copa.

O mais difícil é identificar os personagens de um movimento tão heterogêneo, em que todos gritam com autoridade: "Não vai ter Copa!", mas poucos revelam suas verdadeiras intenções.

Mas quem são esses grupos que estão nas ruas? O que eles querem? Como se vestem? Como se reproduzem? Não, você não vai ver isso no próximo Globo Repórter. Eu mesmo ousarei traçar o perfil dos diversos atores do #NãoVaiTerCopa - uma tarefa nada fácil diante da complexidade desse novo Brasil, o mesmo país que sediou a Treta no Leblon na semana passada.

Seguem os rótulos:

Black Blocs = a face mais visível e violenta do movimento. Destruidores de símbolos capitalistas, os jovens anarquistas escolhem a dedo os seus alvos: relógios públicos, pontos de ônibus, orelhões, lojas de departamento e agências bancárias. São contra a Copa, os partidos, a direita, a esquerda, a família, a propriedade privada, o Estado burguês e mais uma lista infinita de itens considerados nocivos ao povo. Um autoritarismo adolescente que sabe muito bem o que o povo quer.



Militantes PSOL e PSTU = jovens de esquerda. Leram - ou afirmam ter lido - Marx, Gramsci, Lênin. Consideram o futebol o ópio do povo e Dilma uma traidora da esquerda de raiz. Fazem questão de se diferenciar dos arruaceiros black blocs, mas admiram o ímpeto revolucionário do grupo e adoram ver o circo pegar fogo. Não visam a eleição no final do ano, mas apenas o bem estar da população.

Indignados do Facebook = frequentadores assíduos das caixas de comentários dos grande portais, esses divulgadores do senso comum multinível dizem ser contra todos os políticos e partidos, mas no fundo, bem lá no fundo, são antipetistas fanáticos. Suas principais bandeiras políticas são: contra a corrupção, contra a impunidade, contra o mal, contra a violência urbana, contra a fome na África e contra tudo-o-que-está-aí. Para eles, os black blocs são vandalos infiltrados pelo PT para manchar seu movimento pacífico pela volta dos militares, os únicos realmente capazes de fazer valer a vontade do povo. Maycon Freitas é um dos líderes desse grupo.

Acadêmicos do Guarani-Kaiowá = intelectuais acadêmicos de esquerda que têm ojeriza à política partidária engravatada e tendem a glamurizar todo e qualquer movimento jovem, sexy e ousado que se insurgir contra o status quo. Os Acadêmicos dão sustância intelectual às ações diretas do movimento e convencem muita gente da importância política do quebra-quebra. Estão sempre dispostos a cumprir o papel de ídolo da garotada.

Fora do Eixo = máquina de papar edital conectada com todos os grupos acima, o grupo horizontaliza e dissemina a ideia do mundo pós-rancor, onde é possível captar dinheiro dos grandes capitalistas pra lutar contra o capitalismo, ter apoio do governo para lutar contra o governo e, assim, ganhar o lastro político necessário pra manter a máquina em movimento. Tudo ao mesmo tempo, agora e ao vivo pela TV Ninja.



A união de tanta gente diferente em torno de um mesmo ideal torna a causa ainda mais nobre. Tão nobre que o fusca em chamas do trabalhador tem sido encarado apenas como "efeito colateral" da luta, um ponto fora da curva de uma manifestação essencialmente pacífica.

Tirando o pessoal do Facebook, que culpa o PT pela violência dos black blocs, todos os outros setores do movimento deram um jeitinho de aliviar o lado da rapaziada incendiária. Um dos argumentos mais repetidos é esse: "não foram os manifestantes que puseram fogo no fusca. Eles apenas botaram fogo no colchão para impedir a passagem dos carros".

Os nossos salvadores da pátria vão além e jogam a culpa no Itamar, o pequeno burguês proprietário de um fusca 75 e uma serralheria, que ousou passar por cima do colchão:



Entenderam? Os manifestantes não podem ser responsabilizados pelo incêndio do carro que o cidadão usava para trabalhar. A barricada estava ali, sem fazer mal a ninguém, e o senhor quis bancar o herói atravessando o fogo. Itamar nega que tenha tentado ultrapassar a barreira em chamas.Entretanto, os manifestantes e seus gurus intelectuais insistem em minimizar o evento e responsabilizar o "amedrontado" Itamar.

A histeria coletiva seguiu crescente e somou-se à costumeira competência policial, que executou fielmente o que pede grande parte da sociedade paulista ao balear um dos manifestantes. Esse clima de guerra já estava pintado dias antes do protesto e assim permaneceu:


Quem diria que o Brasil, até outro dia era considerado o país 'bambambam' pelas publicações estrangeiras, estaria hoje à beira de uma guerra civil causada pela realização de um evento marcado há 7 anos? Com a intensificação da crise no varejo, o galopante desemprego e a eminência de uma reeleição travestida de golpe comunista, nada mais natural que todos se unam contra os responsáveis pela gastança na Copa.

Mas, contrariando todas as verdades absolutas do #NãoVaiTerCopa, um estudo da FGV prevê que R$142 BILHÕES serão injetados na economia com a realização da competição, além de mais de 3 milhões de empregos e, consequentemente, um acréscimo de R$63,48 bilhões à renda da população. Essas pesquisas científicas não ajudam em nada o movimento, principalmente num ano de eleição. Qual seria o custo político do sucesso - inclusive financeiro - da organização da Copa? Provavelmente a consolidação da candidatura Dilma na ponta da corrida eleitoral. Uma tragédia a ser evitada pelos opositores, sejam eles de esquerda ou direita.

É por essas e outras que PSOL, PSTU, tucanos, black blocs, acadêmicos do guarani-kaiowá, entusiastas do golpe militar e Batman do Leblon, já decidiram o que é melhor para o país. Por isso, gritemos todos numa só voz #NãoVaiTerCopa*.
#AcordaBrazil #PartiuGuerraCivil
* o movimento #NãoVaiTerCopa é filho do movimento #AcordaBrazil e, caso a Copa se concretize, automaticamente será rebatizado como #NãoVaiTerEleição.

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